Notícias

Promessa de dinheiro fácil? Fuja desse golpe

Guarulhos, 13 de setembro de 2002

arteCuidado com a oferta de dinheiro fácil, principalmente se vier de empresas desconhecidas e que não pedem nem ficha cadastral. O alerta é do Banco Central, que neste ano recebeu 358 denúncias de pessoas lesadas. Essas empresas também oferecem financiamentos, cotas de consórcios e operações de leasing. “O risco de entrar numa fria é muito grande”, diz o chefe do Departamento de Combate a Ilícitos Cambiais e Financeiros do BC (Decif), Ricardo Liáo.

O Banco Central não pode fazer nada. Por não serem instituições financeiras, essas empresas estão fora do alcance da regulação do BC. A orientação é que as pessoas prejudicadas procurem a polícia.

O BC tem listadas mais de 50 empresas que deram o “cano” em muita gente no mercado e desapareceram. Entre elas estão nomes como Agescred, Alternativa, American House, Assobens, Banco do Povo, Blue Sol, Concrisa, Criativa, Credireal, Método, Multicred, Paulista, Visabem, Unilar, Unicred, Delta Prime, Investbens e Hanner.

“É estelionato”, diz Liáo. O BC está preocupado porque essas empresas vêm atuando numa área privativa dos bancos: oferecem financiamento, empréstimos e até venda de pequenos bens, de forma semelhante aos consórcios. Quando se descobre a falcatrua, já é tarde.

Até cheque roubado é usado no golpe

Segundo Liáo, pessoas de renda mais baixa procuram esse tipo de empresa pela dificuldade de acesso a um empréstimo bancário. “Os jornais estão cheios de propaganda desse tipo. Basta dar uma volta pelo centro de qualquer grande cidade para ver cartazes oferecendo dinheiro, dando como contato só um número de telefone celular”.

O golpe é simples. O interessado telefona, o contato promete liberar o empréstimo e pede um pequeno depósito na conta da empresa. A pessoa deposita e nunca recebe o valor negociado. Às vezes, a empresa chega a fazer um depósito na conta do cliente, mas com cheque roubado, afirma Liáo. E a vítima só descobre o golpe depois de pagar a taxa de liberação.

No caso de venda semelhante ao consórcio, a pessoa lesada demora mais para descobrir o golpe. Ela fica pagando alguns meses e só depois, desconfiada da demora, resolve procurar a empresa para reclamar. Aí também já é tarde.