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Copa do mundo favoreceu desempenho do comércio

Guarulhos, 12 de julho de 2002

O bom desempenho dos hipermercados e supermercados (+4,6%) foi a principal alavanca da alta de 1,22% nas vendas do comércio varejista em maio deste ano, em comparação com igual mês de 2001. Segundo o chefe do setor de Comércio do IBGE, Nilo Lopes de Macedo, o fator Copa do Mundo pode ter influenciado fortemente o aumento das venda, em especial, de bebidas.

Outro setor que sofreu influência positiva da Copa, de acordo com o economista, foi o de móveis e eletrodomésticos que registrou alta de 1,68% em maio. Além disso o término do racionamento de energia também contribuiu para o aumento das vendas que já tinham sido bastante expressivas em abril (8,54%).

Com relação ao setor de combustíveis e lubrificantes, o chefe do IBGE destaca que o crescimento das vendas (3,01%), em relação a maio de 2001, foi ocasionado pelo crescimento da demanda, embora menos expressivo que em abril (4,61%). ?Os preços se estabilizaram e mesmo com os aumentos recentes não assustaram os consumidores?, comentou.

Já a queda de 6,61% no segmento de tecidos, vestuário e calçados no período tem como explicação o fato de, no ano passado – base de comparação do cálculo – estes terem liderado boa parte das listas de presentes do Dia das Mães. Com o racionamento que vigorava, os eletrodomésticos despencaram na preferência.

Mas, em 2002, voltaram a ter destaque, pressionando para baixo as compras de tecidos, vestuário e calçados. ?Apesar da data acontecer sempre no mesmo mês, o parâmetro de comparação com maio do ano anterior fica prejudicado?, afirmou Nilo Lopes de Macedo.

Sobre as taxas negativas das vendas do comércio no acumulado dos cinco primeiros meses do ano (- 0,59%) e nos últimos 12 meses (-1,42%), o economista diz que os meses de março e abril foram prejudicados pelo calendário da Semana Santa, que este ano aconteceu em março, mas que os problemas conjunturais da economia influenciaram negativamente.

?Com o cenário geral da economia brasileira, a taxa registrada em junho é bastante interessante. O comércio e a indústria vêm pagando um preço alto de uma conjuntura da economia com relação à renda, emprego e taxa de juros, alta do dólar. Não há como verificar se as taxas vão se manter em patamares elevados?, disse. Ele chamou a atenção, no entanto, que o resultado de junho deve ser ?dinamizado? pelo fator Copa do Mundo.