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Mudança nos fundos protegeu pequeno investidor

Guarulhos, 25 de junho de 2002

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, afirmou que a decisão de antecipar de 30 de setembro para 31 de maio a contabilização dos títulos das carteiras dos fundos de investimentos pelo valor de mercado foi tomada para proteger o pequeno investidor. Com a mudança, os fundos têm de atualizar diariamente suas cotas de acordo com o valor dos papéis de suas carteiras no mercado. E esse valor de mercado vinha caindo.

– A medida foi correta. Se o Banco Central não tivesse feito isso, era possível que os investidores mais sofisticados sacassem seu dinheiro e deixassem os pequenos, menos informados, com o custo da transformação – declarou Malan, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Segundo o ministro, alguns fundos já haviam incorporado a marcação a mercado a suas cotas, informando a mudança aos investidores. Em outras instituições, a adaptação estava em andamento. Mas, em algumas, nada havia sido feito, “por acharem que o governo iria prorrogar mais uma vez o prazo de 30 de setembro'.

O diretor de normas do BC, Sérgio Darcy – que representou o presidente do banco, Armínio Fraga, na CAE -, frisou que, em determinados fundos que ainda não haviam mudado a forma de contabilização dos papéis, os investidores que ficassem até o final poderiam ter prejuízos.

Isso aconteceria pelo seguinte: os investidores com mais informação deixariam esses fundos antes da mudança, porque assim sacariam suas cotas ainda sem o ajust para baixo e, portanto, valendo mais. Sobraria um bolo a ser dividido pelos investidores que permanecessem nos fundos. O bolo ficaria menor depois da marcação a valor de mercado. Os investidores que sacassem por último ficariam prejudicados.

De acordo com Darcy, houve perdas potenciais nos fundos de investimentos logo após a mudança na forma de contabilizar os títulos, mas elas podem ser anuladas com o tempo, se as carteiras forem mantidas. O diretor do BC também lembrou que algumas instituições querem criar fundos de menor rentabilidade, mas menos voláteis, para os investidores mais temerosos. Os investidores que quisessem manter seus investimentos aplicados durante mais tempo permaneceriam nos fundos atuais.