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Seguro desemprego se alastra pelo comércio

Guarulhos, 24 de junho de 2002

Uma modalidade de seguro está se tornando crescente à medida que os índices de desemprego aumentam em todo o Brasil. O seguro contra desemprego, que cobre parte ou integralmente o financiamento feito pelo consumidor em caso de desemprego, está passando rapidamente de diferencial para commodity (mercadoria ou serviço comum, sem diferenciação).

Surgido como um incentivo das grandes lojas de departamentos para as compras a prazo e das imobiliárias, para garantir o pagamento dos aluguéis, hoje este serviço faz parte também dos produtos das seguradoras, geralmente como uma cláusula adicional.

As lojas dizem ter instituído esta modalidade para incentivar as compras a prazo e não perder dinheiro com a inadimplência, já que o receio do desemprego é real. Na região metropolitana de Curitiba, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego realizada pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e Insituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de desemprego é de 4,97% (abril). A média nacional é de 7,6%.

Para usufruir do serviço, o consumidor tem que comprovar ser assalariado vinculado a uma empresa (carteira assinada) há 12 meses consecutivos num mesmo empregador. A carência é de 31 dias, ou seja, caso o desligamento ocorra nos primeiros 31 dias depois da assinatura do contrato, não há cobertura.

Também não terá direito ao seguro, o trabalhador demitido por justa causa, que tenha optado por demissão voluntária ou PDV e que tenha se aposentado.

A Casas Bahia implantou este benefício, sem custo algum para o cliente, em março deste ano para produtos Brastemp e Consul e o estendeu para móveis em abril. Segundo a assessoria de imprensa, o seguro não tem prazo para terminar. O serviço da Casas Bahia é limitado a seis parcelas de R$ 100,00, valor da apólice na seguradora.

A Magazine Luiza também dispõe do seguro contra o desemprego desde fevereiro deste ano. Segundo o gerente financeiro e responsável por produtos e serviços do grupo, Carlos Renato Donzelli, como a maior parte das compras é feita no crediário, a empresa quis oferecer tranqüilidade na hora da compra. “Além disso também ser uma espécie de fidelização”, diz.

Para obter o seguro, o cliente, no ato da compra, assina o contrato pagando R$ 12,00, que pode ser diluído nas parcelas. Ou seja, se o cliente parcela suas compras em 12 vezes vai pagar R$ 1,00 a mais em cada prestação. A carência é de 30 dias.

Donzelli diz que a cobertura é de até R$ 500,00 por parcela, com exceção da primeira que ainda está dentro da carência. Ele não diz quantos seguros já foram contratados, mas garante que a receptividade está sendo bastante boa.

Seguradoras

As seguradoras também estão passando a oferecer a modalidade contra o desemprego. A seguradora Porto Seguro oferece uma cláusula adicional por perda de emprego. Com isso, o segurado recebe uma renda contratada por um período máximo de três meses. Para obter este serviço, o segurado deve comprovar vínculo empregatício ininterrupto por 12 meses. A carência é de 30 dias. Além disso, a seguradora oferece o Vida Profissional, voltado principalmente para profissionais autônomos. Neste caso, o seguro cobre um impedimento do trabalho por causa de doença ou acidentes pessoais. Outra opção é o seguro educacional, que neste caso cobre os custos com a educação dos filhos, caso os pais venham a perder a ocupação ou no caso de morte e invalidez. A modalidade pode valer por toda a vida ou por períodos pré-determinados.