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Empréstimo do BNDES mais atraente

Guarulhos, 14 de junho de 2002

A “explosão” do risco Brasil tornou as taxas de juros cobradas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ainda mais atraentes paras as empresas com intenção de realizar investimentos de longo prazo.

O superintendente-financeiro da instituição, Gil Bernardo Leal, disse que cerca de 80% das operações do BNDES são concluídas a taxas fixas com base na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que está em 9,5% ao ano até o final deste mês.

Ou seja, bem abaixo dos empréstimos internacionais, considerando o risco Brasil na faixa de 13% ao ano, ao qual deve ser acrescido da taxa internacional (libor), em torno de 3,6% ao ano, e mais a variação cambial, que ficou em 12,5% nos últimos 12 meses. A soma das três parcelas corresponde a taxa de quase 30% ao ano, ou três vezes os custos dos empréstimos do BNDES.

Além da taxa básica, o tomador paga ainda o “spread”, ou taxa de risco, que oscila em torno de 1% a 3% ao ano, além da TJLP. As pequenas empresas pagam 1%, as médias, 2%, e as grandes, em 3%, com spread médio de 1,9%, segundo Leal. “É o spread Robin Hood”, comparou, para realçar que os pequenos pagam menos.

A previsão do BNDES é liberar R$ 28 bilhões este ano em novos empréstimos, com crescimento sobre os R$ 25 bilhões do ano passado.

Os empréstimos do BNDES com moeda estrangeira também estão bem abaixo dos custos das operações no mercado internacional. Essas operações representam cerca de 20% das operações do banco e são calculadas com base em uma “cesta de moedas” internacionais, com forte presença do dólar americano. O custo dessas operações está em 8,32% ao ano no atual trimestre, além da correção cambial, o que elevaria o custo anual para cerca de 20% ao ano, ainda bem abaixo dos praticados no mercado internacional.

Tanto a TJLP quanto a cesta de moedas do BNDES são recalculadas a cada três meses e novas taxas irão vigorar a partir de julho. Mas o superintendente do BNDES não acredita que as novas taxas fiquem muito distantes dos níveis atuais.