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Comércio deve ter vendas melhores no segundo semestre

Guarulhos, 16 de maio de 2002

Se o ritmo das vendas do comércio se mantiver nos níveis atuais, o desempenho do setor deverá apresentar melhora no segundo semestre, em relação ao resultado do ano passado. Essa é a previsão do diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo. O economista lembra que esse crescimento, em parte, irá refletir um efeito estatístico, já que de junho a setembro de 2001 o movimento do setor foi bastante negativo, em função do racionamento de energia e do aumento das taxas de juros. “O cenário também poderá ser alterado pela questão política, que gera incertezas na economia”, acrescentou Solimeo, que participou de reunião do Conselho Consultivo do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), presidido pelo diretor de Crédito e Cobrança da rede Casas Bahia, Celso Amâncio.

Efeito psicológico – Solimeo também comentou o impacto negativo sobre o movimento das vendas a crédito, caso o governo eleve o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Segundo ele, há duas hipóteses. “Caso a alíquota fique em 0,38% (taxa igual à da CPMF), o imposto não influirá nos custos dos financiamentos. Mas, se ficar acima disso, o que é possível, aumentará os custos das transações”. Mais do que isso, Solimeo acredita que a elevação de impostos terá um efeito psicológico negativo. Já se a Selic, a taxa básica de juros, for reduzida o efeito será positivo. Para ele, o governo tem todas as condições para baixar a taxa imediatamente. “A inflação, que era uma das preocupações da equipe econômica em março, virou deflação”, disse, referindo-se à queda de 0,03% apurada pela Fipe em São Paulo na primeira prévia de maio.

Parceria – O presidente da Associação Comercial, Alencar Burti, presente à reunião, destacou a importância da parceria entre a entidade e as empresas usuárias dos seus serviços. “Vocês têm que dizer o que acontece em suas empresas e o que precisam hoje, para que possamos nos preparar para o futuro”. O executivo destacou ainda a obrigação das empresas de encantar o cliente. “E a informação e a velocidade com que chegam é decisiva”, avaliou. “A antevisão dos fatos é fundamental”.

Teresinha Matos