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Para conter a inflação, só aumentando os juros

Guarulhos, 02 de abril de 2002

Não adianta pedir para o governo federal tentar brecar a alta no preço da gasolina. Há quatro meses, a União não pode mais controlar o valor dos combustíveis. Agora, a única maneira do governo defender os consumidores é impedir a interferência do aumento na gasolina nos índices de inflação. Se for verificada uma forte alta da inflação, será necessário aumentar a taxa de juros.

O grande problemas da alta da gasolina é que reflete em outros setores. “Se aumenta a gasolina, fica mais caro o custo do transporte. Por isso, a alta acaba se alastrando para vários segmentos”, justifica o economista-chefe do Lloys Bank, Odair Abate. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deve acontecer daqui a quinze dias. Depois de mais de um ano com altas nos juros, nas últimas duas reuniões, foram anunciadas baixas.

Mudança no mercado interno

Até o ano passado, o governo definia o preço do combustível por meio da “conta petróleo” – a Petrobrás transferia ao Tesouro a Parcela de Preço Específico (PPE) – uma espécie de imposto embutido no valor do combustível que correspondia à diferença entre os preços de importação da gasolina e do mercado interno. Em janeiro, a PPE foi substituída pela Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) – que tem valor fixo, em reais, cobrado sobre o volume do combustível.