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Lojista pode emitir cartão próprio

Guarulhos, 01 de abril de 2002

artePara o lojista que pensa em ter um cartão de crédito com a sua cara, o mercado oferece opções diferenciadas de acordo com o porte do negócio. As financeiras costumam ser os principais parceiros das médias empresas quando o assunto é emissão de “private label”, como esses cartões costumam ser chamados. Para empreendimentos de pequeno porte, a contratação de uma processadora, que auxilie na administração do negócio, pode ser uma alternativa.

O sócio-diretor da consultoria Partner, Álvaro Musa, acredita que esse seja um negócio “interessante para todos”. Ele comenta que é importante que o dono da loja conheça as diferentes opções que existem, para poder escolher o modelo de emissão que melhor se encaixa com seus interesses.

De acordo com diretor de marketing e produtos da Fininvest, Mario Werneck, a empresa não pode encarar a emissão do cartão apenas como “mais um” meio de pagamento. “Além disso, é preciso que o dono do estabelecimento enxergue o produto como uma maneira de oferecer crédito e fidelizar o cliente”, explica.

Werneck comenta que o lojista deve convencer o cliente das vantagens que ele pode ter utilizando o cartão da loja. O registro dos hábitos de consumo dos clientes pode facilitar a vida do varejista ao oferecer promoções direcionadas para cada público.

Quando é feita a parceria com uma financeira, ela arca com os riscos do crédito e com os custos de operacionalização do sistema e processamento. Tanto a análise cadastral, concessão de crédito e cobrança, quanto o processamento de fatura, contabilidade e emissão do cartão, ficam sendo responsabilidade da financeira.

Para o lojista, o custo será o mesmo pago para receber pagamentos com cartões de crédito convencionais de bandeira Visa ou MasterCard. A taxa de retenção, cobrada nessas operações, é definida conforme a negociação entre as empresas, mas varia, em geral, de 1% a 5% do valor da compra. Para o cliente portador do produto não existe taxa de anuidade, mas é cobrada uma tarifa de extrato, de R$ 2,00 a R$ 3,50, todo mês que o cartão for usado.

Entretanto, pode não ser interessante para as financeiras arcarem com todo esse custo, se o cliente não conseguir “vender” o cartão para um grande número de clientes. Em geral, a Fininvest faz parcerias com supermercados, redes de farmácia e lojas de departamento, que tenham grande volume de repetição de compra e com faturamento anual de pelo menos R$ 100 milhões.

Para quem fatura muito menos que isso, próximo de R$ 150 mil a R$ 300 mil, também existem opções. A Conductor Tecnologia, processadora de cartões, oferece um tipo de parceria em que a parte de crédito continua sendo feita pela financeira, mas todo processamento fica a seu cargo. Ela fica com metade da taxa de retenção que o mercado costuma cobrar do lojista, que passa a ter que pagar também a emissão dos cartões, o que pode chegar a R$ 2,00 por unidade.

O diretor da Conductor, Ricardo Josuá, conta que uma vantagem desse processo é que, como a emissão passa a ser de responsabilidade da loja, o cadastro e informações do cliente ficam com ela. “Na outra opção, se o banco desistir do negócio, o plástico é dele e não da loja”, comenta. Ele informa que o mercado está crescendo muito e que a procura da empresa por parte das lojas tem aumentado bastante nos últimos meses.

Fernando Torres