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Aumentos da gasolina devem interromper queda da inflação

Guarulhos, 28 de março de 2002

De acordo com a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, os reajustes anunciados pela Petrobras, de 2,2% e 9,4% nas refinarias, terão impactos maiores do que a queda dos preços dos produtos agrícolas e do fim das pressões provenientes das mensalidades escolares e de elevações de alimentos in natura.

Com isso, a redução da inflação verificada em fevereiro em relação a janeiro pode não acontecer neste mês, segundo o BC.

O documento divulgado hoje repete as preocupações do BC já divulgadas ontem no Relatório de Inflação: aumento das tarifas de energia, do petróleo no mercado internacional e do gás de cozinha.

Para o conjunto de preços administrados pelo governo, como tarifas de água, luz e telefone, o BC projeta reajustes de 6,8% para este ano e de 4,5% para 2003. Na ata da reunião passada, as estimativas de elevação eram de 5,7% e 3,8%, respectivamente.

Além dessas tarifas controladas, o BC prevê para 2002 um aumento de 3,4% dos preços em geral. Entretanto, já no primeiro bimestre deste ano as elevações foram de 1,2%.

Apesar dessas altas de preços, o Copom mantém a projeção de queda da inflação para 2002 e 2003. Porém o efeito desses reajustes e a incerteza sobre a intensidade da diminuição das taxas de inflação “recomendam uma trajetória cautelosa na condução da política monetária”, conforme o documento. Em função disso, o BC reduziu em apenas 0,25 ponto percentual a taxa Selic, passando-a de 18,75% para 18,50% ao ano.

Felipe Freire