Notícias

Brasil está entre os emergentes que mais recebem investimentos

Guarulhos, 25 de março de 2002

Brasil, México e China são os chamados “países emergentes” que mais despertam o interesse do capital privado, por suas perspectivas de crescimento e dinamismo econômico, segundo uma análise do jornal de Genebra Le Temps.

Embora os mercados de valores dos países emergentes não tenham escapado em 2001 da desaceleração econômica geral, agravada depois dos atentados de 11 de setembro, seus resultados foram positivos.

A queda do índice MSCI Emerging Markets foi de 8% no conjunto do ano e para 2002 os analistas consultados pelo Le Temps não escondem seu otimismo, embora o limitem aos três países citados, assim como a Rússia.

Trata-se sobretudo de países que, depois de serem duramente atingidos pelas crises financeiras do período de entre 1994 e 1998, fizeram profundas reformas estruturais e hoje estão bem posicionados para aproveitar a recuperação econômica que se aponta, começando pelos Estados Unidos.

Os analistas esqueceram, no entanto, regiões inteiras como a África subsaariana não só pelos seus maus resultados econômicos, mas também, ressalta a publicação, pela falta de confiabilidade de seus sistemas financeiros.

Segundo Jacqueline Grenon, especialista em mercados emergentes do banco Pictet & Cie, as perspectivas de crescimento e lucros dos citados mercados emergentes são maiores que no Ocidente e a rentabilidade dos investimentos será portanto mais rápida.

A China apresenta um dinamismo excepcional e seu potencial ainda está longe de ser explorado plenamente, destaca Grenon. No Brasil e no México, há toda uma geração jovem que quer recuperar o tempo perdido, explica a analista suíça.

O México será o primeiro beneficiado com a melhora da conjuntura americana, pensam os analistas, que destacam que a Bolsa do México subiu 15% desde o início do ano enquanto que o S&P 500 está estacionando.

A Rússia por sua vez está se modernizando e sua economia pouco a pouco se recupera graças à supressão das oligarquias, à privatização de vários setores e às reformas bancárias encaminhadas, afirma a analista de Pictet & Cie.

Devido ao seu processo de modernização ter começado mais tarde que os países ocidentais, esses países emergentes puderam pular longos e custosos períodos de desenvolvimento graças às novas tecnologias. Assim, por exemplo, graças aos telefones celulares é possível poupar nas montagens de redes de telefonia fixa.

Para John Payne, diretor-adjunto da equipe de mercados emergentes na seção de gestão de patrimônio do Banco Barings (Barings Asset Management), os investidores tradicionais deveriam superar seus receios de colocar dinheiro em regiões consideradas pouco confiáveis.

Países como a China, Coréia do Sul, e também México, adotaram políticas econômicas conservadoras, ressalta Payne, citado pelo Le Temps.