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Uma Mente Brilhante

Guarulhos, 15 de fevereiro de 2002

artePoucos gênios da matemática já foram tema de um filme de longa-metragem. Assim, John Nash se destacou, fugindo da regra tanto em sua própria profissão quanto pelo fato de ser o herói de Uma Mente Brilhante, um dos favoritos ao Oscar.

Este filme sério e interessante, que fascina como estudo incomum de uma personalidade e viagem à misteriosa fronteira entre a genialidade e a loucura, se distingue pelo desempenho excepcional de Russell Crowe, no papel do prodígio de Princeton que se tornou esquizofrênico na década de 1950, mas superou a doença e, em 1994, ganhou o Prêmio Nobel.

O roteiro inteligente de Akiva Goldsman, que percorre 47 anos e se baseia na biografia de Nash escrita por Sylvia Nasar, começa com a chegada do então jovem bolsista à Universidade Princeton, em 1947.

Tímido e isolado, mas estranhamente atraente, Nash, que se recusa a assistir às aulas ou ler os livros obrigatórios para seu curso, busca uma idéia realmente original em seu campo, a matemática.

Incentivado por seu colega de quarto, o britânico Charles (Paul Bettany), a sair de vez em quando, Nash se inspira em fontes inesperadas, tais como o movimento das pombas, para criar um artigo penetrante sobre a dinâmica governante, ou “teoria do jogo”, que, conforme nos é dito, contesta todas as teorias econômicas dos últimos 150 anos.

Em 1953, seu brilho é recompensado com um alto cargo no MIT, onde é procurado por um agente do Departamento de Defesa (Ed Harris) que o recruta para decifrar códigos russos supostamente escondidos em jornais e revistas.

É o início de seu mergulho na espionagem. Ao mesmo tempo, o gênio da matemática se casa com uma aluna apaixonada por ele, Alicia (Jennifer Connelly), e eles têm um filho.

Em seguida, ele e o agente que o contratara começam a ser perseguidos por inimigos desconhecidos, e Nash começa a ficar nervoso e paranóico. Ele quer abandonar o trabalho de espionagem, mas seus superiores não deixam.

Ele acaba ficando tão alterado que é levado para o hospital por um médico, que revela a Alicia, alienada em relação às atividades do marido, e à platéia que ele sofre de esquizofrenia.

Nash inicia um tratamento convencional com insulina e, mais tarde, toma a decisão de lutar contra a doença, normalmente vista como incurável.

O resto do filme segue uma trajetória mais previsível, repleta de desafios difíceis, momentos de ternura e algumas surpresas remanescentes – sem falar na injeção de ânimo adicional que é o Prêmio Nobel -, até chegar à velhice serena desse gênio.