Dólar comercial cai 2,88%, vendido a R$ 2,321
Segundo operadores, dinheiro captado pela Petrobras (cerca de US$ 900 milhões) estaria entrando no país, derrubando as cotações.
O mercado de câmbio ignora o jogo de cena do ministro da Economia Domingo Cavallo, que voltou dos EUA sem conseguir do FMI (Fundo Monetário Internacional) a antecipação de US$ 1,26 bilhão para fechar as contas este mês.
“Não significa mais nada o risco-país superar 4.000 pontos. O Cavallo voltou dos EUA com as mãos abanando. A Argentina é um cachorro morto”, diz João Medeiros, da corretora Pioneer.
Segundo Medeiros, o mercado já fala que o novo suporte da moeda é R$ 2,30. Ele afirma que o Banco Central deveria deixar o mercado solto, ou seja, restringir sua intervenção às vendas diárias de US$ 50 milhões.
Esse comportamento do BC levaria em conta um cenário para 2002 otimista -com um elevado superávit comercial, inflação sob controle, em linha com a meta central de 3,5% ao ano, contas públicas equilibradas.
Medeiros afirma, no entanto, que um câmbio muito abaixo de R$ 2,30 mereceria uma maior monitoramento do BC, uma vez que pode estimular as importações e as viagens ao exterior, o que desmontaria os fatores que sustentam o atual otimismo – o alívio nas contas externas com a melhora da balança comercial.
“Nesse caso, o BC deveria começar a comprar dólar.”
