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Cresce participação de venda à vista de carros.

Guarulhos, 30 de outubro de 2001

Além de afugentar o consumidor das concessionárias, o aumento das taxas de juros provocou a redução das vendas financiadas de veículos nos últimos meses. Cautelosos em contrair uma dívida de longo prazo, muitos consumidores abriram mão de suas economias e estão comprando à vista. Quem não teve urgência em adquirir o bem, acabou sendo atraído pelos consórcios.

A participação do financiamento – Crédito Direto ao Consumidor (CDC), leasing e consórcio – nas vendas de veículos no Brasil havia alcançado no primeiro semestre deste ano o maior índice da história. De cada 100 veículos comercializados no País 80 foram adquiridos por meio de alguma dessas modalidades. Há cinco anos, a relação era de 60 em 100.

No primeiro semestre, 20 de cada 100 carros zero quilômetro negociados foram comprados à vista. Outros 60 foram adquiridos por meio de CDC; 4 por leasing e 16 por consórcio. No segundo semestre, a relação mudou ligeiramente, devendo encerrar o ano com 21% das operações à vista e 79% de financiamentos.

De acordo com o diretor-executivo da Anef, José Romélio Ribeiro, as vendas à vista chegaram a ter participação superior a 21% nos últimos meses, mas esse porcentual deve cair no fim do ano. Isso porque o 13º salário deve servir como entrada para compras financiadas. Para 2002, entretanto, a projeção da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef) é de que 23% das vendas de veículos sejam feitas à vista.

A compra financiada (CDC) correspondia a um volume quatro vezes menor em 1998: 15%. Naquela época, as taxas de juros eram de 4,5% ao mês em média, ante uma taxa atual de 2,6% ao mês. No início do ano, a taxa chegou a ser reduzida para 1,99% ao mês. O ano de 1998 registrou também o pico da inadimplência entre os clientes dos bancos das montadoras: 6,8%. Hoje, o índice está em torno de 5%.