Natal chega antes às lojas de atacado da 25 de Março
E os comerciantes, já com as lojas cheias, apostam em um movimento de vendas positivo. A expectativa é de um aumento de negócios entre 10% e 40%, em relação ao registrado no Natal de 2000. Crescimento – O Rei do Armarinho, que recebe diariamente cerca de 5 mil clientes, estima vender 10% mais em relação a igual período, diz o diretor superintendente Sérgio Sarruf. Neste final de ano, os produtos nacionais ganharam mais espaço nas prateleiras. Hoje 35% do sortimento é composto de artigos importados, mas os itens estrangeiros já representaram 50% em 98 e 99. Emílio Alfieri, economista da Associação Comercial, confirma que os itens nacionais estarão mais presentes em razão do câmbio desfavorável. Os produtos nacionais e os importados também estão mais baratos. Os primeiros porque a indústria brasileira cortou custos e ganhou produtividade e os segundos em função do própria retração do mercado, apesar da valorização do dólar frente ao real, explica Sarruf.
O estabelecimento está vendendo os produtos natalinos desde o final de setembro. “O brasileiro está com pressa e quer o Natal antecipado”, diz Sarruf. As flores, as bolas e as fitas com brilhos ganharão destaque na cesta de compras de lojistas e consumidores substituindo a luz. “Nem o apagão tirará o brilho do Natal”, comenta Sarruf, destacando a eterna criatividade do brasileiro. Palácio dos Enfeites – No Palácio dos Enfeites, atacadista que tem cinco unidades, o Natal também chegou em setembro. “E o consumidor ficou feliz em se deparar com os produtos de Natal. Com isso, as vendas no varejo, que tradicionalmente ocorrem mais tarde, começaram mais cedo”, diz a diretora de Marketing, Ana Maria Cordeiro. Ana Maria também acredita em vendas maiores neste final de ano. “As pessoas vão viajar menos, por isso teremos um Natal familiar e com mais vendas de enfeites e presentes”, aposta. O Palácio dos Enfeites também diminuiu o número de importados na prateleira. “Ficaram apenas os produtos importados mais sofisticados”, diz a diretora de Marketing. Ela acredita que este ano lojistas e consumidores vão levar os best sellers de sempre, ou seja, as árvores, os enfeites para a árvore, as fitas, as guirlandas e os arranjos de mesa. Entre os 4 mil itens da loja, o comerciante ou decorador vai encontrar produtos de R$ 1,00 até árvores já decoradas que custam R$ 500,00. Ana Maria garante que há descontos e prazos nas vendas no atacado, dependendo do volume de compra do cliente. Mais otimismo – Na Matsumoto K.F.W. Comercial a expectativa é ainda mais otimista.
O gerente Roberto Cruz quer atingir a meta de vender 40% mais neste Natal “É que estamos ofertando uma variedade maior de produtos”, explica. Cruz também destaca a antecipação de compras. “O lojista está comprando porque seu cliente também está exigindo antes”, diz. Segundo ele, as vendas costumam sofrer retração depois do Dia das Crianças, mas este ano elas se mantiveram. O gerente da Matsumoto está até mesmo acreditando nos negócios com itens importados e na saída dos tradicional pisca-pisca. “O brasileiro não vai deixar a luz de lado, pois Natal sem luz não é Natal”, diz, apostando num abrandamento do racionamento.
